Em uma noite como tantas outras, no dia 7 de agosto, a Praça da
Cruz Grande, vulgo Praça da Juventude, no bairro da Serrinha, em
Fortaleza, foi palco de uma demonstração de perspicácia, ousadia e
renovação artística dos grupos que compõem o Coletivo de Culturas
Juvenis. O CCJ desafiou os padrões e as normas estabelecidas e
endurecidas pelo sistema capitalista, que busca colocar amarras e regras
na arte, que, por si só, é e sempre foi livre e libertadora. Com uma
apresentação que misturava grupos e entrelaçava visões musicais
distintas, esse coletivo cantou na noite estrelada, fazendo a praça
girar.
A juventude do Pici, de Jangurussu,
Cajazeira e da Serrinha revelou o quanto ilimitado, mágico e encantador é
o fazer artístico popular livre, apontando com isso outra estética
musical poética coletiva, uma estética pautada na essência da
coletividade agregadora. O rock se fez coco, a poesia voou com as cores
dos malabaristas, a dança desfilou nas harmonias dos batuques da ciranda
tocados por vários grupos, que se transformaram em um só. Oco do Mundo,
Maria das Vassouras, Muquifo, Soltando a Voz, Samba pelo Samba, Casa da
Mãe Joana, Henrique Lima e Ricardo Show ilustraram como uma intervenção artística
coletiva pode romper as fronteiras dos grupos e escrever outras
perspectivas da arte comprometida com a transformação social, cultural e
artística da nossa cidade.
Com a misturada dos
músicos, cantoras, poetas e malabaristas, a melodia constituída junto
com esses grupos produziu uma sonoridade que encantou e aproximou o
público que nos apreciava na Praça da Cruz Grande. Uma ação que revela
para a sociedade o caminhar da mudança de comportamento e do
entendimento da arte da vida nas comunidades.
Nesta
sociedade, que é tão individualista e segregadora, o fazer coletivo do
CCJ Fortaleza fortalece as ações de transformação e de intervenção
cultural na periferia.
por Poeta Rasta.
Foto: Flor de Cactus.
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